10 de junho de 2011

Desencontros. (2#)


Desencontros, capítulo 2.


A partir desse momento, dias e noites passaram-se e a mesma imagem daquele rosto angelical vinha à sua cabeça. Estava angustiado por nunca mais poder vê-la. Nunca mais seria o mesmo.
Começou a isolar-se cada vez mais, limitava-se a sentar-se no sofá, com uma cerveja na mão e a ver um jogo de futebol. Nada mais parecia ter graça.
Dias passaram, que mais pareciam meses ou anos. Até que por fim, resolveu deixar a sua vida angustiosa e procurar a sua amada por todo o lado. Começou por todos os bares e cafés da sua cidade, dando descrições e detalhes da mulher, ninguém antes a tinha visto ou lembrado. Percorreu museus e centros-comerciais, mas nenhum resultado. Mas mesmo assim, não desistiu. Resolveu virar para diversas cidades, começando pelas mais próximas, alimentava-se apenas por um simples café. Tudo em vão. A esperança começou a desaparecer e a cada dia que passava, só lhe ocorria aquele sorriso cativante e aquele olhar maravilhoso que ela continha. Começou a tentar colocar na cabeça que tinha de conviver com isso, nunca mais a iria ver. Que embora a sua vida tenha sido dolorosa e injusta, deveria continuar sem olhar para trás, seguiu em frente com uma força de vontade que até mesmo ele a desconhecia. Voltou para a sua casa, para os mesmos bares que frequentava e voltou a tocar as mesmas músicas românticas que havia sempre tocado. Sempre com a mesma emoção, com o mesmo carinho e rancor.