"Desta vez não vou evitar dizer o que estás na minha cabeça só porque eu sei que minha a mente vai negar no dia seguinte, não fugirei de palavras bonitas porque quem diz não é uma pessoa perfeita, não arrumarei mil defeitos para brigar contra as novecentas e noventa e nove qualidades, não desviarei os meus olhos por medo de ter minha a mente lida, não sumirei por medo de desaparecer, não vou ferir por medo de magoar, não serei chato por medo de me achares boa pessoa, não vou desistir antes de começar, não vou evitar a minha excentricidade, não me vou anular por sentir demais e logo depois não sentir nada, não vou me esconder em personagens, não vou contar a minha vida inteira em busca de ter realmente uma vida.
Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo por ficar sem nada no final.
Estou a apostar as minhas fichas em ti e fica a saber que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos canalha, menos racional, menos eu. E estou a aproveitar para tentar levar algo adiante. Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronto para o primeiro capítulo."
Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo por ficar sem nada no final.
Estou a apostar as minhas fichas em ti e fica a saber que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos canalha, menos racional, menos eu. E estou a aproveitar para tentar levar algo adiante. Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronto para o primeiro capítulo."
Caio Fernando Abreu.